A importância da Prevenção e Cuidados continuados num país envelhecido como Portugal
Segundo as estatísticas mais recentes do Eurostat, Portugal encontra-se, de uma forma preocupante, com uma pirâmide etária cada vez mais invertida, sendo que a população envelhecida está a crescer de forma exponencial. Segundo as estatísticas, mais de 50% da população portuguesa encontra-se numa média acima dos 47 anos.
A Antena 1 convidou vários especialistas para discutir o tema do envelhecimento em Portugal, como Manuel Lopes (Diretor da Escola de Enfermagem de São João de Deus - Universidade de Évora, membro do conselho da Administração e investigador do CHRC), Nuno Marques (coordenador Nacional do Observatório do Envelhecimento) e a secretária de estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes. Como poderá ser revertido uma possível crise no mercado de trabalho, setor da saúde e assistência social, tendo em conta o rápido crescimento da população envelhecida em Portugal?
A intervenção de Manuel Lopes procurou desmistificar o envelhecimento como algo que possa ter um impacto negativo na sociedade, sendo que o discurso normalmente sobre a área é pouco positivo, trazendo uma ideia pré-concebida que envelhecer é algo negativo e um incómodo para o país. O problema relacionado com o envelhecimento é envelhecer com multimorbilidade e dependência, trazendo aí sim grande impacto económico do país e no setor da saúde. Existe ação insuficiente dentro da a área da prevenção e de oferta de um modelo funcional de cuidados continuados e integrados, como indicou na entrevista.
Manuel Lopes referiu que existem duas grandes áreas importantes cuja ação tem uma dimensão muito limitada: Prevenção e Mudança de modelos de cuidados que sejam eficazes com esta realidade que se passa no nosso país. Tanto a nível da assistência social como no setor da saúde, não existe um trabalho eficaz que possa trazer essa mesma oferta à população sénior portuguesa. Esta faixa etária tem de ser ela própria a procurar soluções para os seus problemas pois não existe um modelo de acompanhamento disponível para cuidados continuados.
Inevitavelmente, uma das soluções necessárias seria efetuar trabalho e um plano dentro do setor da assistência social e da saúde para construir um modelo de cuidados continuados e integrados e de prevenção, de forma a que se possa evitar a dependência e para garantir que os idosos continuem a ter uma melhoria de condições de vida e evitar um grande impacto no setor da saúde e económico.
Uma das soluções apresentadas por Manuel Lopes é a implementação deste modelo com iniciativas locais, através de incentivos necessários para realizar e implementar esse mesmo trabalho/modelo.
Ouça a entrevista na íntegra: bit.ly/3SYfmFw