A Unidade EpiDoC teve o seu artigo sobre os custos atribuíveis à obesidade do absentismo entre adultos trabalhadores em Portugal publicado na revista BMC Public Health
O artigo “Obesity-attributable cost of absenteeism between working adult in Portugal” foi publicado no BMC Public Health, escrito por Professores e investigadores da NOVA Medical School e CHRC.
Kelli Destri, nutricionista e doutoranda do Programa Internacional de Doutoramento em Saúde Pública Global da NOVA Medical School em consórcio com outras instituições portuguesas de saúde pública: Escola Nacional de Saúde Pública, Instituto de Higiene e Medicina e a Universidade do Porto (Instituto de Saúde Pública/Faculdade de Medicina) explicou-nos o que este estudo encontrou.
“A obesidade, condição resultante da acumulação excessiva de gordura corporal, é um importante problema de saúde pública. Em Portugal, a prevalência de obesidade quase duplicou de 2003 a 2015 (14,2% vs. 28,6). A obesidade leva ao agravamento da saúde, tornando-se um fardo para os indivíduos, para os serviços de saúde e também para a economia do país. Os custos indiretos da obesidade em Portugal foram previamente avaliados em 2002 e indicavam uma considerável perda económica para o país rondando os 200 milhões de euros. Após vinte anos, e apesar dos esforços e conquistas importantes do Programa Nacional para Promoção da Alimentação Saudável (instituído em 2012) para a redução da obesidade em Portugal, como a redução do sal e sódio no pão, a tributação das bebidas açucaradas e a mudança na disponibilidade de alimentos não saudáveis, particularmente na escola, no trabalho e nos espaços públicos, o fardo da obesidade na sociedade continua a aumentar. Utilizando o estudo EpiDoC, um estudo de coorte de base populacional de adultos portugueses, confirmou-se que a obesidade estava associada ao absenteísmo, independentemente da presença de outras doenças crónicas ou estilos de vida. Pessoas obesas tinham também 40% maior probabilidade de faltar ao trabalho, em média 10.2 dias por ano, 3.8 dias a mais que os não obesos. Segundo as nossas estimativas, o absenteísmo devido à obesidade impõe encargos financeiros consideráveis para o estado, 819 milhões de euros no total, cerca de 238 milhões de euros adicionais por ano entre 2011 e 2016 em Portugal. Estudos que avaliem a eficácia de intervenções específicas no local de trabalho para prevenir a obesidade e reduzir os custos indiretos da obesidade devem ser considerados nos próximos anos.”
Este artigo científico contou com o contributo de vários investigadores do CHRC, como Kelli Destri, Joana Alves, Maria João Gregório, Sara Simões Dias, Ana Rita Henriques, Nuno Mendonça, Helena Canhão (Coordenadora do CHRC e Diretora da NOVA Medical School) e Ana Maria Rodrigues (Coordenadora do EpiDoc)
Para ler o artigo completo, pode aceder através deste link: https://bmcpublichealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12889-022-13337-z