Estudo sobre a Saúde Mental em Estudantes Universitários revela dados preocupantes

Estudo sobre a Saúde Mental em Estudantes Universitários revela dados preocupantes

Foi coordenado um estudo de avaliação da Saúde Mental entre Estudantes Universitários pela Universidade de Évora e apoiado pelo CHRC. A Professora Lara Guedes de Pinho do Departamento de Enfermagem da Escola Superior de São João de Deus e investigadora do CHRC apresentou os dados finais recolhidos através de um questionário entregue aos estudantes do ensino superior. Os resultados não deixam de ser preocupantes.

Neste estudo estão envolvidas 7 instituições de ensino superior portuguesas e 10 de 7 países diferentes (Europa e América do Sul). No dia 10 de outubro de 2022, Dia Mundial da Saúde Mental, iniciou-se a recolha dos dados para este estudo ao disponibilizar um questionário junto a vários estudantes universitários. A adesão foi excelente, tendo que conta que só a amostra portuguesa conta já com 3143 respostas. 

“O estudo foi realizado porque a entrada no ensino superior corresponde a uma transição complexa. Adicionalmente, estudos internacionais indicam que os jovens foram os que mais sofreram alterações na saúde mental no período pandémico, pelo que sentimos necessidade de realizar um diagnóstico de situação no ensino superior, para, posteriormente, desenvolvermos programas de promoção da saúde mental em ambiente académico” indicou Lara Guedes de Pinho à Divisão de Comunicação da Universidade de Évora.

Depois da avaliação dos dados recolhidos, o resultado deste estudo demonstra dados preocupantes. A percentagem de confirmação de problemas de saúde mental entre estudantes universitários demonstrou ser bastante elevada. Os indicadores cujo resultado apresentam valores inquietantes são sintomas de ansiedade moderada a grave, sintomas depressivos, sentimento de cansaço e pouca energia e alterações no sono.

Outro dado importante para compreender a gravidade desta questão, foi a percentagem descoberta relativamente a tratamentos medicamentosos para problemas de saúde mental e a falta de acompanhamento profissional. 23% dos participantes toma medicação para a ansiedade, depressão, insónias ou outro problema psíquico, mas só metade já teve consultas de Psiquiatria.

“A razão mais importante para não procurar ajuda apontada pelos inquiridos é o facto de a ajuda profissional ser cara (58,5%) e o longo tempo de espera para conseguir uma consulta (50,2%). Perante este facto, é importante uma mudança nas políticas de saúde mental, reforçando o SNS com recursos humanos suficientes para dar resposta às necessidades da população, não só na promoção da saúde mental e prevenção da doença que cabe aos cuidados de saúde primários, como também na reabilitação psicossocial da pessoa com doença.” – realçou Lara Guedes de Pinho.

Para saber mais sobre os dados concretos deste estudo, consulte o artigo disponibilizado pela Universidade de Évora: https://www.uevora.pt/ue-media/noticias?item=37049

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Autor

Andreia Santos

Investigadores

Lara Guedes de Pinho