Projeto liderado por Dr. Paulo Paixão estuda o impacto da infecção por COVID-19 no sistema imunitário das crianças

Projeto liderado por Dr. Paulo Paixão estuda o impacto da infecção por COVID-19 no sistema imunitário das crianças

Um estudo está a decorrer para compreender o impacto do COVID-19 na resposta imunitária humoral e celular em crianças durante a infecção e posteriormente três e seis meses após a infecção. Além disso, o segundo objetivo é compreender as diferenças na resposta imunitária entre infecções ligeiras, moderadas e graves. Este estudo é liderado pelo Dr. Paulo Paixão (do Laboratório de Microbiologia da NOVA Medical School e investigador do CHRC) através do projeto “Persistência de imunidade humoral e celular específica em crianças após infecção por SARSCoV - 2”.

O Dr. Paulo Paixão explicou-nos o background e o desenho do estudo.

“O papel das crianças na pandemia de COVID-19 tem sido amplamente discutido. As crianças têm sintomas mais ligeiros e são menos propensas a serem hospitalizadas em comparação com os adultos. Além disso, esta pandemia levantou muitos outros desafios e um deles é a persistência da imunidade (após infecção natural ou imunização), em adultos e em crianças. Assim, o nosso objetivo foi monitorizar as crianças infectadas com SARS-CoV-2 para avaliar as respostas imunitárias durante a infecção aguda e após 3 e 6 meses em pacientes com diferentes níveis de gravidade da doença, incluindo a Síndrome Inflamatória Multissistémica em Crianças (MIS-C). Para isso, estamos a estudar respostas específicas de IgGs, avaliadas com imunoensaios clássicos. Além disso, a avaliação da imunidade celular está a ser realizada com protocolos de imunofenotipagem e diferentes ensaios funcionais contra antígenios específicos de SARS-CoV-2 no laboratório de Imunologia do NMS. Em resumo, para avaliar a presença e extensão de respostas celulares específicas, as células T CD25+ CD134/OX40+ CD4 específicas de antígenio são avaliadas por citometria de fluxo após estimulação, conforme aplicado a outros antígenios virais em configurações de diagnóstico de rotina. Além disso, perfis imunológicos com produção de citocinas (IFN-gama, IL-17, IL-21 e IL-10) são avaliados mediante estimulação específica e não específica.”

O Dr. Paulo também nos apresentou os primeiros dados preliminares deste estudo.

“Até o momento, observamos que a MIS-C foi mais comum em rapazes. Após um aumento inicial importante nas células T CD38+HLA DR+ ativadas, estas normalizam entre 3 e 6 meses após a infecção. Após a doença aguda, as percentagens de células B de memória e plasmablastos aumentaram, e as respostas proliferativas contra o vírus parecem aumentar também a partir da infecção aguda. Ainda estamos a aguardar a análise final de todos os pacientes para concluir estes dados iniciais que são promissores.”

Este projeto é liderado por Dr. Paulo Paixão e envolve investigadores da NOVA Medical School do Laboratório de Microbiologia (Maria Jesus Chasqueira), Laboratório de Imunologia (Catarina Martins, Luís Miguel Borrego, Miguel Ângelo Dias) em parceria com o Hospital de D. Estefânia/Centro Hospitalar Lisboa Central (Maria João Rocha Brito) e Laboratório de Patologia Clínica do CHLC (Vitória Matos).

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Autor

Andreia Santos

Investigadores

Paulo Paixão